O governo brasileiro está estudando alterar as leis ambientais para começar a exportar árvores nativas “in natura”, ou seja, sem nenhum tipo de beneficiamento, para outros países.
Hoje ilegal, a prática está na pauta dos membros do governo e, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, pode passar a ser permitida em um futuro próximo.
Segundo as regras ambientais atuais, hoje o único tipo de madeira que pode ser exportada pelo País em sua forma natural, ou seja, logo após o corte, é a do tipo exótico, como o pinus e o eucalipto.
Para isso, os produtores precisam conseguir somente autorização dos Estados.
Para as árvores nativas, tal tipo de comercialização é proibida.
A reportagem do Estado de S.Paulo revelou que a liberação das árvores nativas é bem vista dentro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e também por membros do ministério do Meio Ambiente.
Marcado pela ilegalidade
O mercado da madeira no Brasil tem ligação histórica com a ilegalidade. Estima-se que 90% da exportação da matéria-prima é feita de maneira irregular.
Em relação ao mercado que é rastreado, 90% das árvores derrubadas abastecem o mercado nacional e o restante é exportado, principalmente para os Estados Unidos – compram 50% de tudo o que o Brasil negocia para fora do País.
O desmatamento é um dos assuntos que mais têm gerado críticas ao governo Bolsonaro e, segundo reportagem do Estado, o desmatamento de florestas protegidas pelo Governo Federal cresceu 84% entre agosto de 2018 e julho de 2019.
O ipê, rotulado de “novo ouro da floresta”, é o tipo de madeira mais cobiçado e é justamente dentro dessas áreas protegidas onde ele é encontrado em maior quantidade.
Na última semana, segundo reportagem de O Globo, o Ibama flexibilizou as normas de fiscalização e multa a compradores de madeira ilegal que tenha sido comercializada com base em documentos de origem florestal (DOFs) fraudados, definindo que tais compradores não poderão ser multados, a menos que haja provas de que eles sabiam antes da negociação sobre a existência dos documentos falsos.
Foto: Agência Brasil
Fonte:Eu Quero Investir!